
14.JUL
2025
Nossa jornada começa na cidade de Estocolmo, capital da Suécia. Gaia e Jakub já esperavam por nós no aeroporto e já tínhamos à disposição um carro 100% elétrico que nos ajudaria a percorrer a costa até chegar em Umea.
Em Estocolmo tínhamos três metas: visitar o museu do Vasa, passar pelo início da formação do Estado sueco, na região de Upsala e visitar a casa do Lineu, que hoje está transformada em museu.
A cidade de Estocolmo nos surpreendeu. Muita coisa moderna mas um passar do tempo bem devagar. Não vimos – como era de se esperar – um frisson de capital, um corre corre próprio de grandes centros. Ao contrário, tudo bem lento, com pouca gente nas ruas e muitas pessoas fazendo alguma atividade física.
As ruas, bem espaçosas e muito sinalizadas, com áreas bem demarcadas para o ciclismo e pedestres e, tudo muito limpo. No geral, a cidade pode ser apontada como uma daquelas que valeria a pena viver. Gostamos muito do que vimos.
Visitamos o centro velho que foi repaginado, mas ainda guarda as marcas do período medieval. Monumentos da realeza e praças abertas são bem presentes. Os bares/cafés, com mesas nas ruas, tiram proveito do sol tardio, que não se põe antes das 22h neste período do ano. No entorno, muitas reentrâncias do mar Báltico que vai contornando a cidade. Aos poucos se percebe a transição do velho para o novo, com outras construções mais modernas e uma arquitetura bem diferente daquela do centro histórico.
O museu do Vasa é o ponto turístico mais visitado da Suécia. E foi uma experiência muito bacana. A estrutura do museu, suas instalações e suporte multimídia fazem da visita algo muito instigante. Contrapondo fragmentos reais com simulações e suporte em vídeo a estrutura do museu é sempre muito dinâmica e entrega o que promete.
Mas o que é o Vasa? No site do museu existem muitas informações. Você pode acessar os conteúdos em www.vasamuseet.se/en . Em português existe apenas a versão resumida que transcrevo aqui. O link para a versão pt-br é www.vasamuseet.se/pt e encontramos:
O navio foi mandado construir por Gustavo Adolfo II, rei da Suécia, e na sua construção trabalharam cerca de 400 pessoas, mulheres e homens, em Estocolmo a partir de 1626. Era um navio poderoso. Possuía três mastros e podia suportar dez velas, media 52 metros da cabeça do mastro à quilha e 69 metros da proa à popa e pesava 1200 toneladas. O Vasa viria a ser supostamente um importante navio de 64 canhões na frota naval sueca.
A 10 de Agosto de 1628, o Vasa deixava o ancoradouro, situado no cais do Castelo das Tre Kronor. As canhoneiras estavam abertas, todos os canhões puxados à frente e foi disparada uma salva. Lentamente o grande navio de guerra deixava o porto. Na sequência de algumas rajadas de vento o navio adernou completamente para um dos lados. A água começou a infiltrar-se através das canhoneiras abertas e o Vasa afundou-se. Das cerca de 150 pessoas que se encontravam a bordo pelo menos 30 morreram. Só passados 333 anos é que o Vasa voltou a ver a luz do dia.
No século XVII, ainda não eram conhecidas formas de calcular teoricamente a estabilidade dos navios. Estes eram construídos com base na experiência acumulada. Para introduzir novidades técnicas, que no caso do Vasa se tratava de construir uma superestrutura superior com dois convés fechados para canhões, era necessário avançar por tentativa e erro. Vasa ficou com peso a mais acima da linha de água e não conseguiu endireitar-se para recuperar o equilíbrio, ao inclinar-se com o vento.
Anders Franzén sentia desde a infância um enorme fascínio pelos destroços dos navios naufragados no arquipélago de Estocolmo. Com base em informações de documentos do século XVII, Anders Franzén iniciou as buscas do Vasa nos verões de 1954-1956 utilizando redes de arrasto, rebocadas no leito marinho por um barco a motor. Em 25 de agosto de 1956, quando ele e o mergulhador Per Edvin Fälting efetuavam buscas ao largo de Beckholmen, a rede de arrasto ficou presa num objeto em madeira de carvalho de grande dimensão. O Vasa tinha sido reencontrado!
Os trabalhos de recuperação foram iniciados no outono de 1957 por mergulhadores que abriram túneis sob o navio para os cabos elevatórios que viriam a ser utilizados. Em 24 de Abril de 1961 o Vasa voltou novamente à superfície e foi recuperado juntamente com mais de 14 000 unidades de madeira soltas. O navio e os objetos soltos foram submetidos a ações distintas de preservação e só depois estes foram recolocados nos lugares de origem no navio. Esta tarefa revelou ser um autêntico e quebra-cabeças. A Vasa é hoje uma fonte de conhecimento da sua época e continua a decorrer a investigação que se impõe para melhor preservar o navio, desde a sua madeira e parafusos, até aos esqueletos e restos de têxteis nele encontrados. O objetivo é que o Vasa se mantenha por gerações futuras.
Algumas fotos que capturei no local: